quinta-feira, 16 de setembro de 2010


Medo

Oiço um ruído
Estou com medo
Nada faz sentido
Qual é o segredo?
A porta bateu!
Ou impressão minha?
Que faço agora eu?
Pois estou sozinha!
Estou a tremer
E muito assustada
Não consigo ir ver
O que está na estrada
Será que é o vento?
Será trovoada?
Isto é um tormento
Estou paralisada
Eu não quero olhar
Tenho muito receio
Vou aqui ficar
Morrendo de anseio
Mas fez-se uma luz
No meu coração
Que á porta me conduz
Entre a escuridão
Espanto eu tive
Que alivio senti
Um gatinho que ali vive
Olha o que eu sofri
Veio á procura de comida
Estava esfomeado
Trazendo uma perna ferida
E deitou-se mesmo a meu lado
Tratei do pobre animal
Enchi-lhe bem a barriga
Nunca me quis fazer mal
Mas pregou-me um susto p’ra toda a vida
O medo pode matar
Nunca se faz o que eu fiz
Vai-se a verdade apurar
Pois verificar não quis
E era apenas um gatinho a coxear
Não era vento nem trovoada
Nem tão pouco assombração
Era um gatinho na estrada
Á espera de atenção
Se eu pose-se o medo de lado
E fosse á porta ver
Não passava um mau bocado
Nem sequer ia sofrer

ROSA COSTA

2 comentários:

Nilson Barcelli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nilson Barcelli disse...

O medo paralisa o raciocínio.
Até um gatinho parece uma coisa do outro mundo...
Querida amiga, bom resto de semana.
Beijos.